
O Índice FTSE 100 (UK100), também conhecido como o “Footsie”, é composto pelas 100 maiores empresas listadas na Bolsa de Valores de Londres (LSE), classificadas por ordem dos seus valores de mercado. Este número do “valor de mercado” é calculado multiplicando o preço das ações da empresa pelo número de ações que esta emitiu. O índice é revisto quatro vezes por ano – março, junho, setembro e dezembro – para assegurar que estão incluídas as empresas com maior valor de mercado.
Segundo a FTSE Russell, o fornecedor o índice que supervisiona o FTSE 100, o habitual rebalanceamento trimestral desempenha um papel importante na dinâmica do mercado bolsista do Reino Unido:
“As revisões trimestrais imparciais e baseadas em regras asseguram que os índices continuam a refletir com precisão o mercado que representam e são um componente essencial para a gestão dos índices.”
Quaisquer alterações de constituintes são implementadas após o fecho comercial na terceira sexta-feira do mês da revisão. Isto significa que entrarão em vigor na segunda-feira seguinte.
O Índice FTSE 100 é amplamente considerado como um barómetro da saúde de investimento no Reino Unido, mesmo embora muitas das empresas no índice sejam negócios globais.
O FTSE 100 hoje
As cinco maiores empresas no FTSE 100 representam praticamente 25% do total do índice, segundo a FTSE Russell. A AstraZeneca (AZN), o gigante farmacêutico, é a maior ação com um valor de mercado de pouco mais de 131 mil milhões de GBP. Esta também compõe praticamente 7% do índice. A Unilever (ULVR), a empresa de bens de consumo, é a próxima maior com um valor de mercado de 105 mil milhões de GBP e um peso de 5,46% no índice.
A empresa de bebidas Diageo (DGE), o banco HSBC (HSBA) e a empresa farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) são as próximas maiores empresas que surgem no índice.
Há atualmente 19 setores incluídos no FTSE 100, com os bens e serviços industriais a serem os mais populares, com um total de 18 empresas representadas. Estes são seguidos pelos serviços financeiros, com 10 empresas, dos recursos básicos, com oito, e seis ações nos serviços e produtos de consumo.
Os mais recentes desenvolvimentos do FTSE 100
A novidade mais recente do FTSE 100 é que a cadeia de supermercados britânicos Morrisons (MRW) e o grupo de defesa e indústria aeroespacial do Reino Unido Meggitt (MGGT) foram promovidas na mais recente revisão trimestral do índice. Ambas as empresas assistiram a um crescimento considerável do preço das suas ações nos últimos meses dado que estiveram sujeitas a entusiásticas batalhas de aquisição.
A Morrisons, a quarta maior cadeia de supermercados do Reino Unido, beneficiou da atenção dos grupos acionistas privados e rivais Clayton, Dubilier e Rice, e por um consórcio liderado pelo Fortress Investment Group.
A Meggitt, entretanto, assistiu a uma subida do preço das ações enquanto os grupos de engenharia norte-americanos Parker-Hannifin e TransDigm esgrimiram argumentos numa licitação para assumir o controlo do negócio.
Entretanto, a Weir Group (WEIR), a empresa de engenharia escocesa, foi despromovida para o FTSE 250. Tal como a Takeaway.com saiu recentemente do índice por um diferente motivo – a sua nacionalidade foi reatribuída do Reino Unido para os Países Baixos, tornando-a inelegível para ser incluída nos índices do Reino Unido.
A performance do FTSE 100 desde o início da COVID-19
O FTSE 100 caiu dramaticamente a 12 de março de 2020 dado que os preços das ações sentiram os efeitos da escalada crescente da crise provocada pela COVID-19, entre os receios de uma recessão global. Mais de 191 mil milhões de GBP foram retirados ao seu valor quando afundou 10,87% na sua pior sessão desde a queda da Segunda-feira Negra de 1987.
Embora tenham havido alguns contratempos nos 18 meses seguintes, o FTSE 100 tem vindo gradualmente a aumentar o seu valor desde então, segundo a análise da Statista.
O FTSE 100 tem, em termos gerais, desfrutado de um período decente em 2021. Este iniciou o ano por volta dos 6 500 pontos, com grande parte do mundo ainda a lidar com os confinamentos provocados pelo coronavírus. As preocupações relativas às restrições globais mais rígidas implementadas para gerir o vírus fizeram com que o índice se afundasse para valores a rondar os 6 400 pontos no final de janeiro. No entanto, a situação melhorou desde então. Em meados de abril, este subiu acima dos 7 000 pontos pela primeira vez em 2021 e atingiu o nível dos 7 220 pontos no primeiro par de semanas de agosto – o seu nível mais alto do ano até à data.
A 3 de setembro, o índice terminou o dia de negociação nos 7 138 pontos.
A 31 de agosto de 2021, durante o último ano, o FTSE 100 retornou 23,6%. Nos últimos seis meses este assistiu a um retorno de 12,4%. O retorno anual composto a três anos, entretanto, situa-se nos 7,5%, enquanto o valor a cinco anos se situa nos 27,5%. No entanto, o retorno deste ano para o FTSE 100 é de 13,3%, ficando atrás do FTSE 250, que teve um retorno de 19,3% durante o mesmo período de tempo.
Analisando a performance passada do índice, quais são as previsões do FTSE 100 dos especialistas de mercado?
Previsões futuras do FTSE 100: o que se segue para o índice das empresas de grande porte?
A performance do FTSE 100 é na realidade menos excitante do que a do FTSE 250, segundo Sarah Coles, analista financeira pessoal na Hargreaves Lansdown. Ela disse à Capital.com:
Coles acredita que isto se deve parcialmente a um jogo de números: “Se é uma empresa massiva, melhorar os seus lucros em 1% envolve um enorme aumento em termos de dinheiro. Caso seja ligeiramente mais pequeno, então é muito mais fácil registar uma subida desta magnitude.”
Ben Yearsley, diretor de investimento na Shore Financial Planning, acredita que há um motivo para o FTSE 100 não ter rendido retornos fantásticos na última década. Numa nota à Capital.com, ele explicou:
Além disso, também depende fortemente dos dividendos. Yearsley acrescentou: “Isto não ajudou no último ano quando muitos dos dividendos foram cortados ou suspensos. No entanto, isso deve representar algo de positivo no futuro, à medida que as empresas procuram recuperar; a produção de receita deve ser decente durante os próximos anos.”
Afinal, qual é a perspetiva sobre o FTSE 100?
Como é óbvio, prever a projeção de movimento de um índice é muito difícil devido à enorme quantidade de empresas – cada com os seus respetivos positivos e negativos. As perspetivas para as empresas individuais, problemas de setor globais e uma ampla variedade de fatores económicos influenciarão os retornos do FTSE 100 a curto-prazo, bem como em períodos mais longos, tais como 2025 e 2030.
À medida que o mundo recupera dos efeitos da COVID-19, o FTSE 100 poderá atingir os 8 000 pontos durante o próximo ano, segundo as previsões do FTSE da Longforecast. Esta prevê um valor mínimo de 7 528 pontos para setembro de 2022 e um máximo de 8 490 pontos.
Entretanto, a plataforma de dados Trading Economics projeta que o índice recuará nos próximos 12 meses. A sua previsão do FTSE 100 indica que o mercado tem o potencial para cair para os 6 964 no final de setembro, caindo ainda mais, para os 6 458, dentro de um ano.
Russ Mould, diretor de investimento na AJ Bell, disse à Capital.com que o índice será provavelmente afetado por diferentes panos de fundo económicos: “O FTSE 100 tem o potencial para sair-se bem num ambiente em que o crescimento económico global é forte, em que o ciclo é ascendente, a inflação está a subir a pique e as taxas de juro estão a subir e as curvas de rendimento global são claramente ascendentes.”
Por outro lado, há condições nas quais pode ter uma vida mais difícil. Na sua previsão do UK100, Mould acrescentou: “Este pode passar por dificuldades caso haja uma descida global inesperada ou caso permaneçamos atolado no crescimento lento, baixas taxas de juro e baixa inflação que têm caracterizado a última década.”
Quando considera os comentários dos analistas ou as previsões dos serviços de previsão baseados em algoritmos, é importante ter em consideração que estes podem errar nas suas estimativas. Deve realizar sempre a sua respetiva pesquisa para formar a sua perspetiva sobre um ativo e as condições de mercado relevantes.
Como investir no Índice FTSE 100?
Pode obter ampla exposição ao FTSE 100 através de fundos que acompanham índices. O valor da sua posição subirá – ou descerá – em linha com o movimento do índice. Pode ser virtualmente impossível para os investidores individuais replicarem o índice desta forma dentro dos seus respetivos portefólios.
Outra forma de negociar o Índice FTSE 100 é com contratos por diferença (CFDs) na Capital.com.
Os CFDs dão-lhe a oportunidade de tentar lucrar quer com flutuações de preço positivas quanto negativas. Caso espere que o índice vá subir, pode abrir uma posição de compra. Caso ache que vai descer, pode optar por uma posição de venda.
Outra vantagem da negociação com CFD é que pode utilizar a alavancagem para abrir posições significativamente maiores com uma quantia mais reduzida de capital inicial. No entanto, deve ter em consideração que a utilização da alavancagem também maximiza o tamanho das suas perdas caso o preço das ações se desloquem contra a sua posição.
Certifique-se de que compreende como funcionam os CFDs antes de começar, e nunca invista mais dinheiro do que aquele que pode dar-se ao luxo de perder. Saiba mais sobre os CFDs de índices com o nosso guia completo. Crie uma conta na Capital.com e mantenha-se a par das últimas notícias, análises e previsões do FTSE para detetar as melhores oportunidades de negociação.
Perguntas Frequentes
O FTSE 100 é um bom investimento?
Depende daquilo que quer alcançar e do seu apetite pelo risco. Caso acredite que o FTSE 100 continuará a subir a longo-prazo, então talvez queira usufruir de alguma exposição. No entanto, tem de realizar a sua respetiva pesquisa sobre o UK100.
Será que o FTSE 100 continuará a subir?
Dependerá fortemente se a COVID-19 continua, ou não, a ser uma ameaça para os mercados internacionais durante o resto de 2021 e inclusive já em 2022.
Devo investir no FTSE 100 agora?
Depende dos seus objetivos de investimento. Se procura uma dispersão diversificada de empresas reconhecidas com negócios internacionais, este pode adequar-se. No entanto, se quiser uma exposição mais focada na economia do Reino Unido, então o FTSE 250 é provavelmente uma melhor representação desta. Todas as suas decisões de investimento devem basear-se na sua respetiva pesquisa.